Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

segunda-feira, 25 de julho de 2011

NOITE E O ORVALHO


                                      NOITE E O ORVALHO

Minha noite não tem orvalho
É carente de seus olhos
Estou num atalho
Que me levará a uma ponte distante de você

Minha noite é feita de silêncio
De fumaça
Que embaça
A janela de vidro

Minha noite não tem agasalho
Só sente o frio
Que chega com a chuva

A noite é minha tormenta
Devasta minha fantasia
Entristece minha poesia

segunda-feira, 18 de julho de 2011

GAIVOTAS


                                             GAIVOTAS

Não adianta aprisionar
Deixar de sorrir
Deixar de sentir
Deixar de amar
Não adianta
Olhar as gaivotas
Pelo quadrado da janela
Se não puder zarpar
Escutar o badalar dos sinos
Se não souber ouvir
Se não souber rezar
Não adianta se afligir
Se seus braços não vão partir

segunda-feira, 11 de julho de 2011

ÁRIDO


Qualquer dia
Vou afogar-me nas lágrimas
Das montanhas queimadas
Do meu planeta árido

Sou árido
Como o cometa que cruza o meu céu
Sou o véu
Da cachoeira nebulosa

Sou o sangrar
Do lobo selvagem
Nas veredas
Incertas da minha vastidão

sábado, 2 de julho de 2011

CÉU DESABITADO



Esperar o tempo passar
Contar as horas
Esconder o carinho sonhado
O céu desabitado

Sentir a lágrima do orvalho
Que corta na noite
O sentimento reprimido
E o luar abandonado

Na claridade do amanhecer
Sufocar a angústia
Conter a doçura do olhar
Até a vida passar